O mito de Sócrates
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Trata-se de fazer a proposição segundo a qual Sócrates é um mito, ou um elemento mítico. Para tanto, o artigo se apresenta como um levantamento de traços da personagem, principalmente como aparece nos diálogos platônicos, e o cotejamento desses traços tanto com personagens consensualmente definidas como míticas quanto com certo modo pelo qual se conceitua mito. Levantamento e cotejamento cujo fim é fortalecer tanto a proposição central, cujas consequências para os estudos dos diálogos socráticos de Platão ainda deverão ser avaliadas, quanto uma abertura de tais textos a encontros para além daqueles restritos a certo campo tradicional da filosofia.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Nota de Direitos Autorais
O autor do artigo ou resenha submetido e aprovado para publicação autoriza os editores a reproduzi-lo e publicá-lo na a revista O que nos faz pensar, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. O artigo ou resenha poderá ser acessado tanto pela rede mundial de computadores (WWW – Internet), como pela versão impressa, sendo permitidas, a título gratuito, a consulta e a reprodução do texto para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando os editores da revista O que nos faz pensar responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.
Referências
ADLURI, V. Initiation into the Mysteries: the experience of the irrational in Plato. Mouseion, v. 6, n. 3, p. 407-423, 2006.
ANTON, J. Some Dionysian references in the platonic dialogues. The Classical Journal, v. 58, n. 2, p. 49 55, 1962.
ANJOS, J.C.G. No território da linha cruzada: a cosmopolítica afro-brasileira. Porto Alegre: Editora da UFRGS: Fundação Cultural Palmares, 2006.
BARTHES, R. Mitologias. Tradução Rita Buongermino e Pedro de Souza. São Paulo: Difel, 1980.
BUARQUE, L. Aspectos platônicos do tempo (Platão-Exu). Anais de Filosofia Clássica, Rio de Janeiro, v. 15, n. 30, p. 19-34, 2021.
BUARQUE, L. Gregos e bárbaros no Político de Platão. Phoinix, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, 2018, 1997.
CADIOTTO, L. Incantamenti: Il potere della parola in Socrate e i rapsodi e l’invenzione platônica della performance filosofica. Anais de Filosofia Clássica, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 36-51, 2017.
CALAME, C. Qu’est-ce que la mythologie grecque? Paris: Gallimard, 2015.
CAVALCANTE, G. Górgias. Defesa de Palamedes. Archai, Brasília, n. 17, p. 201-218, 2016.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Tradução Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34, 1997.
DERRIDA, J. A farmácia de Platão. Tradução Rogério da Costa. São Paulo: Iluminuras, 2005.
DIÓGENES LAÉRCIO. Vida e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução Mário da Gama. Brasília: Universidade de Brasília, 2008.
EURÍPIDES. Helena. Tradução Jaa Torrano. Codex, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 141-218, 2017.
GAGNEBIN, J.M. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
GOOSSENS, R. L’Egypte dans l’Helene d’Euripide. Chronique d’Egypte. Bulletin périodique de la Fondation Egyptologique Reine Elisabeth, v. 10, n. 20, p. 243-253, 1935.
GUIMARÃES, L. That bull’s look (Pl. Phd 117b5): o processo de condenação de Sócrates sob a ótica ateniense. Comunicação. XIX Seminário Internacional Archai, 2022.
HADOT, P. Elogio de Sócrates. Cuauhtémoc: Me Cayó el Veinte, 2006.
HALL, E. Inventing the barbarian: Greek self-definition through tragedy. Oxford: Oxford University Press, 1989.
HARTOG, F. Les Grecs Égyptologues. Annales. Economies, sociétés, civilisations, v. 41, n. 5, p. 953-967, 1986.
HERODOTUS. The Histories. Books I and II. Tradução A.D. Godley. Cambridge: Harvard University Press, 1975.
HOMERO. Ilíada. Tradução Frederico Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
HOMERO. Odisseia. Tradução Donaldo Schüler. Porto Alegre: L&PM, 2008.
JOLY, H. Platon Égyptologue. Revue Philosophique de la France et de L’Etrange, v. 172, n.2, p. 255-266, 1982.
KOFMAN, S. Socrate(s). Paris: Galilée, 1989.
KOFMAN, S. Autour de Socrate(s). Rencontre avec Sarah Kofman. Horizons philosophiques, v. 10, n. 2, p. 53-64, 2000.
LE GUIN, U.K. The carrier bag theory of fiction. In: ______. Dancing at the edge of the world: thoughts on words, women, places. New York: Grove Press. p. 177-183, 1989.
LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.
LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.
LÉVI-STRAUSS, C. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 2010.
LÉVI-STRAUSS, C. O homem nu (Mitológicas v. 4). Tradução Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: CosacNaify, 2011.
LÉVI-STRAUSS, C. Pensamento mítico e pensamento científico. In:LÉVI-STRAUSS, C. Somos todos canibais, precedido por O suplício do Papai Noel. Tradução Marília Scalzo. São Paulo: Editora 34, 2022.
LORAUX, N. Socrate contrepoison de l’oraison funèbre: enjeu et signification du Menexene. L’Antiquite Classique, v. 43, p. 172-211, 1974.
MARONNA, H.A. Lisis e Eutidemo, de Platão: φιλία e ἔρις na construção do discurso filosófico. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas, Universidade de São Paulo, 2019.
McCOSKEY, D.E. Race: antiquity and its legacy. New York: Bloomsbury Academic, 2019.
MONTENEGRO, M.A.P. Linguagem e conhecimento no Crátilo de Platão. Kriterion, Belo Horizonte, n.116, p. 367-377, 2007.
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Oyěwùmí, O. A invenção das mulheres. Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Tradução Wanderson Flor do Nascimento. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
PLATÃO. Banquete. Tradução Donaldo Schüler. Porto Alegre: L&PM, 2017.